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"Omitidas"

Brochura elaborada pela WLSA Moçambique sobre o problema da fístula obstétrica - um drama que atinge cerca de 100.000 mulheres em Moçambique.

Omitidas

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Contra a violência de género

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A sociedade civil manifestou-se na inauguração dos X Jogos Africanos

 

Breves

O sucesso do patriarcado

22
Mai
2020

A autora comenta um vídeo que tem circulado nas redes sociais, comentando como a solidariedade feminina raras vezes é incentivada, vendo-se as mulheres umas às outras mais como competidoras e rivais.

Num pequeno vídeo de 27 segundos que está a circular pelas redes sociais, 3 meninas, adolescentes, vestidas com o que parece ser um uniforme e no recinto escolar, juntam-se para mandar uma mensagem colectiva a outras jovens como elas. O tema versa sobre relacionamentos amorosos. São então providenciados os seguintes conselhos:

  • Não te apaixones por alguém que não gosta de ti
  • Se partires o teu coração, junta os pedaços e espalha por outros
  • Se te roubaram o namorado, faz o mesmo, rouba o namorado de outra

E termina com um lema dito a três vozes: “Ainda não encontrou o amor da sua vida? Faz como nós, arranque das outras”.

As reacções a este vídeo vão desde um espanto divertido, passando por várias posições, até uma atitude de desgosto por tais opiniões serem possíveis. Evidentemente que não conseguimos monitorar o que é que a grande maioria pensa disso.

Quanto à indignação, posso percebê-la muito bem. É a primeira reacção de quem tem lutado por uma sociedade com mais solidariedade e onde o conceito de cidadania seja reinventado para incluir mais cooperação e justiça. Ora, o que estas meninas propõem é um “salve-se quem puder” e a defesa do princípio de que é preciso que cada uma se dê bem, não importando para isso uns “pequenos” atropelos.

Por isso entendo, entendo bem a indignação. Mas se pensarmos um pouco e indo para além das primeiras reacções, vemos que estas meninas não são fruto marginal da sociedade, pelo contrário, elas mostram até que ponto foram muito bem socializadas, agindo de acordo com os ensinamentos bebidos desde o leite materno, nas brincadeiras de rua, na igreja e em outros espaços de pertença. Elas bem perceberam que a lealdade das mulheres entre elas não é bem vista e, uma vez que o poder que podem ter na família ou noutros espaços lhes vem das relações com os homens, as mulheres são as suas principais rivais.

Este comportamento mostra como é que o patriarcado endoutrina homens e mulheres, e mostra também que se este sistema discriminatório e abusivo existe, é porque consegue convencer os homens e até as mulheres, as mais prejudicadas, de que ele é justo e vantajoso. Tudo concorre para reforçar esta ideia: a interacção na família, as pregações nas igrejas, as canções que cantamos e dançamos, os filmes ou as novelas que vemos. E assim, ficamos nós as mulheres todas felizes, se não nos deixam estudar achamos que têm razão, se o marido nos bate pensamos que a culpa é nossa, que as tarefas domésticas são responsabilidade feminina e que quando os parceiros querem ter sexo é nossa obrigação providenciar esse serviço. E entretanto, se somos ensinadas a desconfiar de outras mulheres (o que felizmente não conseguem de todo!), falta-nos a amizade e a confiança que advém de nos sabermos queridas, para poder reverter a situação, para perceber que somos gente e temos direitos.

Pode ser que estas meninas do vídeo venham a acreditar mais em si mesmas e logo, umas nas outras. Pode ser que contra todas as expectativas, venham a descobrir a amizade feminina, não a da fofoca e de ocasião, mas aquela verdadeira, que nos ensina a ser fortes e generosas e melhores pessoas.

Por isso é tão importante a guerra contra a cultura que discrimina, como a luta contra as formas de violência de género. Se não desafiamos a cultura que nos subalterniza, continuaremos a achar que somos merecedoras dos crimes que o patriarcado comete contra as mulheres.

Todas as manhãs, ao acordarmos, deve ser nossa tarefa olhar para o espelho e dizer: “Sou tão bonita e tão forte! Posso fazer qualquer coisa a que me propuser”. Que é como quem diz, são a autoestima e a dignidade que fazem de nós pessoas confiantes, disponíveis para ajudar as/os outras/os e capazes de nos defendermos. E este TPC deve ser para a vida!

Maputo, Maio de 2020

Maria José Arthur

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