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O caso Matalane e os devaneios do académico Egídio Vaz

17
Ago
2020

O autor deste texto critica algumas posições extremistas do caso Matalane, entre as quais a do académico moçambicano Egídio Vaz, defendendo que a situação revela o que há de pior nas nossas culturas quando o assunto envolve a sexualidade feminina.

Não é preciso fazer conjecturas para observar que o académico moçambicano, Egídio Vaz, já há muito entregou o seu canudo como sacrifício sagrado à ignorância. Desta vez o cano do académico virou-se contra as 15 alunas engravidadas pelos instrutores na Escola Prática de Polícia de Matalane (EPP).

Contra todos os princípios da ética e deontologia profissional (o artigo 224 do Código Penal moçambicano é claro sobre isso), aqueles senhores aproveitaram-se de sua condição de instrutores da EPP para assediarem e violarem sexualmente as suas instruendas. Perante esta situação, o Ministério do Interior (MINT) decidiu avançar com suspensões e medidas disciplinares contra os infractores.

Em relação às instruendas o MINT suspendeu o término da formatura e tomou a decisão de mandá-las de volta a casa, o que pode dar azo a estigma e discriminação nas zonas de acolhimento. Embora vários sectores da sociedade se mostrem indignados com o comportamento dos instrutores da EPP, outros, como Egídio Vaz, contrariando o espírito e a postura didáctica que deve caracterizar um homem das ciências, eis que surge dos escombros o aludido académico, equiparando as vítimas a “terroristas”, que através do seu sexo colocaram em perigo a segurança do Estado.

Há um exercício que aqui deve ser feito. Para o académico, nos termos como a tamanha vergonha aconteceu, a sexualidade feminina revela algo de tão perigoso que é capaz de pôr em perigo a segurança do Estado. Se houvesse a possibilidade, talvez um psicanalista diria que ele sofre de um transtorno obsessivo que se manifesta na ideia de controlo da sexualidade feminina.

O argumento que usa a seguir parece sustentar bem essa tese. Ele considera que elas têm “… espírito fraco, carne fraca e mente fraca…”. Esta postura mostra o que há de mais comum nos homens obsessivos, o constante desejo de dominar e controlar o que consideram ser objecto de seu desejo. O que quer dizer que se o académico estivesse na posição dos infractores, mesmo tendo família, ele juraria até ao fim ser um homem inocente.

Mais adiante, nas suas declarações reina a tendência de separar as mulheres entre virtuosas e as desviadas. Ele diz: “…as 15 meninas não são um exemplo da sociedade…elas traíram a pátria e não podem jurar à bandeira”. Embora mencione o mesmo sobre os infractores, a ordem de prioridade dos seus ataques sempre recai sobre as vítimas. Parece que o nosso académico deve ter sido engodado com a história do Jardim do Éden: são as mulheres que sempre metem o pecado no mundo. São elas que nascem, são elas que criam e são elas que educam os filhos. Por isso o mundo é um caos. Sendo ele formado em História devia reler mais e questionar mais. Voltando à tendência de separar as mulheres entre virtuosas e desviadas, há muito já se disse que isso não passa de uma estratégia de dominação, de controlo da sexualidade feminina e, de forma mais ampla, dos seus corpos.

As desviadas sempre serão aquelas que desafiaram a obediência que subordina, que não aceitaram sofrer violência caladas e/ou que escolheram viver a sua sexualidade sem tabus e preconceitos. São estas que os que sofrem de transtornos obsessivos chamam de desviadas, mal amadas, as que possuem marido da noite, as insatisfeitas.

Podemos dizer mais. Mas tudo o que o aludido académico afirma, é consequência da forma como a sociedade trata a sexualidade a feminina, um mundo de mistérios. É só ir para internet que encontraremos uma parafernália de livros e “dicas” de como lidar com as mulheres. O que não deixa de revelar que a hipótese repressiva do Filosofo Francês, Michel Foucault, tem ainda muito que descortinar nas nossas culturas, a começar pelo nosso académico.

Por Romão Kumenya

 

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