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Omitidas

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A sociedade civil manifestou-se na inauguração dos X Jogos Africanos

 

Breves

Temporada de caça contra as mulheres em Moçambique

09
Jul
2018

Neste texto de opinião a autora denuncia o problema da violência sexual contra as mulheres, sobretudo na cidade de Maputo, e a impunidade dos agressores, que cria um ambiente perigoso para as mulheres, perante a geral indiferença das instituições de justiça e do Estado.

Enquanto em muitos países a caça contra certas espécies de animais é permitida, se bem que controlada, em geral a caça contra as mulheres é uma temporada sempre aberta, sem lei nem ordem. Portanto, sem limites. Este é o caso de Moçambique, em que se viola, se mata, se mutila e se tortura mulheres e meninas na maior impunidade. Não há investigação, não há patrulhamento nem prevenção. Nem sequer vozes públicas a indignarem-se contra o massacre a que temos assistido.

As mulheres estão a ser caçadas pelos seus parceiros violentos, em casa e na rua se a união tiver terminado. Caçam-se mulheres à noite, em grupo, nas ruas escuras da cidade de Maputo, que a falta de luz torna tenebrosas. Apanham-se crianças do sexo feminino de noite ou de dia, em casa ou na rua e viola-se, mata-se e cometem-se outras formas de violência, indescritíveis de tão infames.

Os grupos de maior risco são as mulheres e raparigas que estudam à noite ou cujos turnos laborais as obrigam a circular depois do anoitecer. Por isso, há muitas que desistem de estudar, condenando-se assim a uma vida sem muitas perspectivas de emprego que lhes permita ultrapassar o ciclo de pobreza. Outras resistem, mas vivem em permanente tensão pelos perigos diários que enfrentam. As que trabalham, e todos sabemos que é uma sorte ter um emprego, não têm outra opção senão adaptarem-se e esperar que nada lhes aconteça.

Para as mulheres e para os homens de consciência que assistem a esta situação, o sentimento é um misto de incompreensão, revolta e dor. Como é possível, perguntam-se, que estes casos aconteçam sem que as instituições de justiça e os dirigentes políticos actuem ou, no mínimo, venham a público denunciar e expressar o seu pesar e indignação?

E os jornais e outros órgãos de informação, embora não saibamos até que ponto a cobertura é completa, têm vindo a informar-nos sobre alguns casos que ilustram à saciedade o massacre que está em curso. Por exemplo, ainda este mês de Julho, uma estudante do Instituto Industrial da Matola, de 23 anos, foi encontrada perto de onde morava, no bairro T3, violada e morta. Vinha das aulas, nunca chegou a casa. Este tipo de caso é recorrente e lembra um que aconteceu o ano anterior, em 2017, quando outra estudante de jornalismo, também de 23 anos, foi violada e morta ao voltar para casa no bairro do Aeroporto A, vinda do centro de saúde.

Ainda um outro caso noticiado em Julho de 2018, mostra que existem menores abandonados no bairro de Maxaquene, sem comida nem condições de vida. Entretanto, uma das crianças de sexo feminino, de 8 anos, já foi violada quatro vezes. Sabemos que a acção social já tomou conta das três crianças, mas temos a certeza de que nenhuma investigação será feita para identificar o/os agressor/es. Soubemos ainda que uma criança de 4 anos do bairro de Chamanculo foi violada pelo tio de 25 anos. Muitas outras meninas estão a ser violadas neste mesmo momento, sem que nada se faça ou se indiciem os seus agressores.

Se as instâncias de justiça fazem alguma coisa para criminalizar os agressores e conter estes crimes, isso não é suficiente. Estamos a enfrentar um ataque sistemático e de grande amplitude, que torna inseguras todas as mulheres. Sobretudo as mais jovens e de menores rendimentos, que não possuem uma viatura e que devem deslocar-se nos transportes públicos e a pé pelas “ruas da morte”, aquelas mais escondidas e escuras onde reinam sem entraves as gangues à solta na cidade.

E isto já sem falar no assédio sexual que grassa como um cancro nos locais de trabalho, criando ambientes de muita hostilidade, ou o assédio e a violência nos transportes colectivos, em que os agressores chegam a ejacular para cima das mulheres que escolhem para se esfregar.

CHEGA! BASTA!

Nós, como mulheres, temos direito à integridade física e à nossa dignidade. Queremos viver uma vida sem violência, em paz, e onde possamos tomar de forma independente as decisões que nos afectam.

Esta masculinidade tóxica e agressiva que converte cada homem num violador potencial tem que ser combatida por todos os meios. É responsabilidade do Estado garantir a defesa de todas e de todos, e não pode continuar a fingir que está tudo bem e que nada se passa. Passa-se sim. As mulheres estão a ser caçadas por todos os lados e uma vida assim não vale a pena ser vivida.

Perante isto, indignamo-nos quando algumas pessoas dizem que nos expressamos de forma radical. Mas, afinal, radical não é matar, violar e torturar? Porque é que quem defende direitos humanos e igualdade é visto como radical?

Cada pessoa deve denunciar, intervir e posicionar-se contra a escalada destes crimes de violência sexual. É hora de pedir responsabilidades às instituições do Estado.

EXIGIMOS MAIS, EXIGIMOS JUSTIÇA!

EXIGIMOS RESPEITO, EXIGIMOS IGUALDADE!

A LUTA CONTINUA! SEMPRE!

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