Na província de Cabo Delgado, as organizações humanitárias lançam novos pedidos de socorro para os deslocados de Palma, são homens, mulheres, crianças e idosos que sobressaem em vários distritos considerados relativamente seguros, a exemplo de Nangade, Pemba, Montepuez e Mueda, chegam feridas, cansadas, traumatizadas, doentes e em condições de debilidade assustadoras. À chegada, observa-se o que continua a ser considerado “incrível solidariedade” das gentes locais, juntam-se as autoridades locais e as organizações de apoio humanitário, incluindo da rede das Nações Unidas. Nisto, este grupo de entidades solidárias e de apoio já tinham contabilizado, até esta terça-feira, pouco mais de 3.300 pessoas fugindo da violência e brutalidade terroristas em Palma.

(Maputo) No próximo mês de Abril, defensores de direitos humanos em Moçambique vão assinalar a passagem de um ano após o desaparecimento forçado de Ibraimo Abú Mbaruco, jovem jornalista da Rádio Comunitária de Palma, província de Cabo Delgado. Uma nota emitida, nesta terça-feira, pela Rede Moçambicana dos Defensores de Direitos Humanos (RMDDH), recorda que Ibraimo Mbaruco desapareceu no dia 7 de Abril de 2020, na sede do distrito de Palma, quando regressava à casa, depois de mais um dia de trabalho. A última comunicação conhecida foi uma mensagem que ele enviou para um colega, às 19h00, informando-o que estava cercado por militares. Desde então, desconhece-se o paradeiro de Ibraimo Mbaruco.

Genebra – Na abertura da 46ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou que a pandemia de covid – 19 esteja a ser usada por alguns países – que não nomeou – para suprimir “vozes dissonantes” e silenciar a informação independente. “Utilizando a pandemia como pretexto, as autoridades de alguns países tomaram duras medidas de segurança e adoptaram medidas de emergência para suprimir vozes dissonantes, abolir a maioria das liberdades fundamentais, silenciar a comunicação social independente e dificultar o trabalho de organizações não-governamentais.

Cabo Delgado – Segundo os relatos trazidos por homens, mulheres e crianças que fogem dos locais considerados “bases” para as sedes destritais como Nangade, Macomia e Palma, parecem ser mesmo reais as indicações de um cenário de fome. As pessoas livram-se por falta de guarnição terrorista, ou simplesmente são dispensadas por aqueles que os tinham como reféns.

 

 

As 21 pessoas, composta por 15 mulheres e 06 crianças, que tinham sido raptadas por insurgentes há duas semanas e depois resgatadas pelas Forças de Defesa e Segurança foram devolvidas às origens, na ilha Matemo, distrito do Ibo, província de Cabo Delgado.

Este vídeo não é singular. Faz parte de uma série de vídeos que temos vindo a assistir. Começámos por ver pessoas com cabeças decepadas ou desmembrados e acções de retaliação, pessoas torturadas, mortas em valas comuns, pessoas mortas lentamente, até esta mulher abatida com 13 pauladas e 36 tiros de metralhadora. Exige-se uma investigação independente.

Maputo – Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em média, pelo menos nove pessoas em cada 10 mil foram vítimas de algum tipo de violência no país durante o ano passado. No geral, segundo o INE, o número de casos de violência reportados às autoridades policiais reduziu em cerca de 5% de 2017 para 2019. Maputo Província e Maputo cidade, apresentaram maior número de casos reportados de violência de adultos, sendo 3803 e 2682, respectivamente. Em 2019 foram registados 5. 275 casos de crianças de 0 a 17 anos vítimas de violência e destas, 56.6% são do sexo feminino e 43,4 masculino. No geral, as vítimas de violência física simples e de violação de menores de 12 anos, foram os casos mais reportados em 2019, com 23.4% e 22.6%, respectivamente.

Maputo – Nas Comemorações do Dia Mundial de Combate a SIDA, dados partilhados comprovam que muitas pessoas continuam a infectar -se diariamente, realidade que também mantém alto o gráfico de mortes, tanto de adultos assim como de crianças.