O medo de queixar – se contra o cônjuge, mesmo sendo vítima de violência por repetidas vezes, está a contribuir para que muitas mulheres busquem ajuda num estágio em que já desenvolveram sequelas e marcas que carregam por toda a vida. Segundo relatos de sobreviventes algumas mulheres optam por não denunciar o parceiro por pressão da família, protecção dos filhos e receio de serem julgados pela sociedade por colocarem o agressor na cadeia. Estatísticas revelam que em 2020, os gabinetes de Atendimento à Família e Menores Vítimas de Violência atenderam 22.978 casos, dos quais 12.398 mulheres, 2402 homens, 723 idosos e 7455 crianças. Do total dos casos, 2017 são de violência sexual, sendo que as principais vítimas são crianças e mulheres.

Mulheres juntaram -se em pequenos grupos para celebrar a data, entre elas têm histórias diferentes, pertencem a classes sociais diferentes e gerações diversas, mas unidas numa mesma causa que é a luta diária pelo bem – estar das suas famílias, pelo desenvolvimento do país e por igualdade de direitos e de oportunidades. Em reconhecimento aos seus feitos, o país celebrou o dia 07 de Abril, data consagrada à mulher moçambicana em sua homenagem. A data foi celebrada entre lágrimas, conquistas e desafios. Lágrimas pela situação do terrorismo na região norte da província de Cabo Delgado e dos ataques armados na região Centro do país. De Cabo Delgado chegam histórias dramáticas de mulheres no meio da violência.

Segundo o psicólogo Cremildo Chichongue, os pais têm a responsabilidade e obrigação legal de proteger os seus filhos até atingirem a idade em que terão autonomia para tomar decisões importantes sobre a sua vida. Quando os adolescentes começam a ter mudanças no corpo, comportamentos, atitudes e sobretudo dúvidas sobre os sentimentos, emoções, os pais que têm experiência de vida precisam ajudá-los a compreender essas transformações. Caso esse ensino e conversa não aconteça na família, o adolescente terá curiosidades não explicadas, correndo o risco de se envolver sem protecção e engravidar sem ter planificado.

As primeiras semanas após o parto são um período crítico para a saúde e a sobrevivência das mães e seus filhos recém – nascidos, sendo as horas e dias a seguir ao nascimento o período mais sensível par ambos. A falta de cuidados, neste período, pode ter como resultado a morte ou a incapacidade, assim como possibilidades não aproveitadas para promover praticas saudáveis que afectam as mulheres, os recém -nascidos e as crianças.

A descoberta da gravidez envolve a mulher num misto de sentimentos, alegria, medos e incertezas, independentemente da sua idade, situação social e económica. Agestação representa uma viragem nos cuidados de saúde da mulher.

Segundo o Fundo das Nacoes Unidas para a Populacao (FNUAP), Dialogar com os filhos adolescentes sobre a sexualidade tem sido um dos desafios para a maioria dos pais, havendo alguns que conseguem abordar o tema sem reservas e outros que preferem atirar a responsabilidade aos professores na escola. José Juma, trabalhador de 42 anos de idade, e um dos pais que fala do assunto de forma aberta com a filha Laurinda desde que ela se mostrou interessada em aprender mais sobre a sexualidade aos seus sete ou oito anos.

O envio de brigadas móveis para oferecer diversos serviços de saúde as comunidades, em particular os de planeamento familiar, tem sido um balão de oxigénio para muitas mulheres que não conseguem espaço para se dirigirem a unidade sanitária que, para algumas, dista 20 quilómetros ou mais, do respectivo lugar de residência.

Com o objecto de melhorar a renda de mulheres pacientes em TARV, o projecto HOPE, implementado pela ADPP Moçambique em parceria com a Fundação Ariel Glaser, introduziu, em 2016, os ” Grupos de poupança e Credito Rotativo”, mas conhecidos pela sua sigla PCR, que já traz melhorias na vida destas pessoas, em sete distritos das províncias de Maputo e Cabo Delgado, onde actua.